O mês de abril é dedicado à conscientização sobre o autismo, com o dia 2 sendo especialmente voltado à causa. No Acre, mais de 1.200 crianças recebem acompanhamento especializado para o Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Centro Especializado em Reabilitação (CER III), em Rio Branco. Desse total, 823 já possuem diagnóstico confirmado, enquanto 393 ainda estão em processo de investigação.

Para ampliar o acesso aos serviços, o CER III implementou um terceiro turno de atendimentos em outubro de 2023/ Foto: Izabelle Farias/Sesacre
O CER III oferece tratamento multidisciplinar para crianças autistas, com uma equipe composta por neuropediatras, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas. A coordenadora do centro, Cinthia Brasil, ressalta a relevância de um atendimento abrangente: “Nosso foco é garantir que cada paciente receba o cuidado adequado em todas as áreas que influenciam seu desenvolvimento”, afirma.

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Em 2023, o CER III implementou um terceiro turno de atendimentos, com o objetivo de aumentar a capacidade de atendimento, reduzir a fila de espera e permitir que mais crianças recebam acompanhamento sem prejudicar suas rotinas diárias.
Expansão do atendimento no interior
Além das melhorias no CER III, o Governo do Estado tem se empenhado em expandir o atendimento para as regiões mais distantes. Por meio do programa Saúde Itinerante Multidisciplinar, serviços especializados são levados diretamente para municípios do interior, o que facilita o diagnóstico precoce e evita que as famílias precisem viajar até a capital para atendimento.
Para ampliar ainda mais o suporte, o governo do Acre lançou um edital para credenciar clínicas que ofereçam terapias para crianças com autismo no interior do estado, buscando garantir que os pacientes de áreas mais afastadas tenham acesso aos tratamentos necessários, sem a necessidade de deslocamentos longos.
O que é o autismo?
O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição neurológica que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento, com manifestações variadas que vão desde formas mais leves até as mais severas. Embora as causas do TEA não sejam completamente compreendidas, fatores genéticos e ambientais podem desempenhar um papel importante. O diagnóstico é geralmente feito na infância, quando se notam dificuldades na linguagem, na interação social e na adaptação a mudanças.
Embora o autismo não tenha cura, pode ser tratado com terapias especializadas, acompanhamento médico e apoio educacional, o que melhora a qualidade de vida das pessoas afetadas. A conscientização e o respeito à diversidade são fundamentais para garantir a inclusão social e as oportunidades necessárias para aqueles que convivem com o TEA.
Serviços públicos no Acre para pessoas com TEA
O estado do Acre tem desenvolvido uma série de iniciativas para melhorar a assistência a pessoas com TEA:
Carteira da Pessoa com TEA: O Acre foi pioneiro ao implementar a e-Ceptea, uma carteira digital que assegura benefícios e acesso prioritário a serviços públicos, instituições financeiras e outros estabelecimentos. A solicitação pode ser feita através do portal do governo do Acre.
Questionário M-chat: A partir da Lei nº 4.306, sancionada em janeiro de 2024, todas as unidades de saúde públicas e privadas do estado utilizam o questionário M-chat para identificar sinais precoces de autismo em crianças de 16 a 30 meses.
Projeto TEA – Eles Não Estão Sós: Este projeto, promovido pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), visa diagnosticar e avaliar políticas de saúde, educação e assistência social voltadas para pessoas com TEA.
Selo Escola Amiga do Autismo: A Lei estadual nº 4410 reconhece escolas que se destacam na inclusão de alunos com TEA, incentivando um ambiente educacional mais acolhedor.
Lei nº 2976, de 22 de julho de 2015: Estabelece a política de proteção aos direitos das pessoas com TEA no estado, incluindo o atendimento preferencial e a classificação de risco prioritária em unidades hospitalares.
