O superintendente de Transportes e Trânsito de Rio Branco (RBTrans), Clendes Vilas Boas, convocou uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (30) para se defender das acusações do vereador Eber Machado (MDB) sobre o suposto cancelamento de multas durante a campanha política do prefeito Tião Bocalom, no ano passado.
De acordo com o vereador, os autos teriam sido anulados de forma indevida por ordem do superintendente da RBTrans, em benefício de aliados políticos.
Clendes afirmou que o vereador se refere a uma situação em que o partido Progressistas pediu o fechamento de uma avenida, na região da Sobral, para a realização de uma caminhada política. Na ocasião, um determinado agente de trânsito — acusado pelo superintendente de perseguir a gestão — teria autuado vendedores e motoristas que colocaram os carros sobre a faixa de pedestres para permitir a passagem das pessoas. O mesmo agente teria procurado o vereador para fazer a denúncia, vazando um documento público.
“Esse é um momento ímpar, um momento até de quebrar um sigilo e também de abrir a caixa-preta do que ocorre dentro de Rio Branco com relação à fiscalização dos nossos agentes. Então, venho falar aqui especificamente sobre esses ataques levianos e infundados, feitos por várias pessoas que pegam carona nisso, junto com alguns políticos irresponsáveis, querendo fazer politicagem em cima de um assunto tão sério, que é o trânsito de Rio Branco”, afirmou o superintendente.
“Nós recebemos um ofício do partido Progressistas, na época pedindo autorização para interditar a via desde a entrada da Sobral, lá das Quatro Bocas até a Semsur, para uma caminhada. Olha, vocês sabem que, em uma caminhada — seja ela política ou religiosa —, é de costume, é de praxe, que eles peçam por ofício à RBTrans o deslocamento de agentes preparados para o local”, acrescentou.
Clendes disse que, durante o evento, alguns motoristas foram autuados por infrações como transporte de passageiros na carroceria de veículos. Contudo, Vilas Boas argumentou que a situação não representava risco e que as autuações foram excessivas. “Se uma pessoa está em um evento desses entregando água mineral para os participantes, e sobe na carroceria de um carro que anda a 10 km/h no meio da multidão, não há motivo para penalização. Essas autuações foram injustas e motivadas por excesso de zelo por parte de um agente público”, afirmou.
O superintendente informou ainda que as multas foram canceladas pelo Conselho Superior da RBTrans, que votou de forma unânime pela anulação. Além disso, afirmou que o ato tem embasamento jurídico. “Não fui eu quem cancelou as multas, mas sim o Conselho Superior, com embasamento”, completou.
Um processo interno foi instaurado contra o agente responsável pelas autuações, mas ele acabou absolvido pela comissão julgadora.
“Essa comissão absolveu o profissional, mas o processo corre em sigilo e não poderia ter sido divulgado. Infelizmente, esse material foi entregue a um político e divulgado nas redes sociais, com o claro objetivo de causar linchamento moral contra a RBTrans e contra o prefeito Tião Bocalom”, denunciou.
O vereador levou o caso ao Ministério Público do Acre (MPAC). Clendes disse que está à disposição do órgão para prestar esclarecimentos.


