Senador Flavio Bolsonaro reprova discurso de deputado que desejou a morte do presidente Lula

Filho do ex-presidente diz que parlamentar exgerou e que a Câmara é um espaço para debater os problemas sérios do Brasil

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o filho Zero 1 do ex-presidente Jair Bolsonaro, reprovou a declaração do deputado Gilvan da Federal (PL-ES) sobre desejar a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não é uma postura que se espera de um parlamentar que está ali para discutir as coisas sérias do Brasil”, declarou Flávio no plenário do Senado.

Senador Flavio Bolsonaro reprova discurso de deputado que desejou a morte do presidente Lula. Foto: Reprodução

O senador disse que a fala foi “absurda”. No entanto, citou imunidade parlamentar e discordou de que seja necessário alguma providência ou “punição” ao deputado. A fala de Gilvan aconteceu na última terça-feira (8) durante a Comissão de Segurança Pública da Câmara. Na ocasião, ele disse: “Quero mais é que ele morra mesmo e que [os seguranças dele] andem desarmados.”

O colegiado aprovou um projeto de lei que proíbe o uso de armas de fogo por seguranças pessoais do presidente Lula e de ministros. A medida foi apresentada em agosto de 2023 pelos deputados Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), atual presidente da comissão, e Delegado Caveira (PL-PA).

Gilvan era o relator. Conforme o texto, “fica vedado o uso de armas de fogo pelos agentes integrantes da segurança pessoal do Presidente da República e de seus Ministros de Estado, ainda que em atividades que envolvam a segurança imediata de tais dignitários”. Durante a reunião, Bilynskyj, que é pró-armamentista, afirmou que o projeto traz um “nivelamento” no debate sobre acesso a armas no país. Na justificativa do texto, o deputado argumenta que a atuação da segurança presidencial e ministerial deve “estar de acordo com a ideologia do atual mandatário, que não vê nas armas de fogo algo benéfico para a sociedade”.

O presidente Lula é contra a ampliação do acesso a armas no país e, em sua gestão, alterou regras criadas no governo de Jair Bolsonaro (PL) que facilitavam a questão. A proposta ainda precisa do aval da Comissão de Administração e Serviço Público e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Por tramitar em caráter conclusivo, se for aprovado nos colegiados, poderá seguir diretamente para a análise do Senado.