Nesta quarta-feira (30), completam-se 33 anos do incêndio que destruiu completamente o antigo prédio da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), um dos episódios mais marcantes da história política e administrativa do estado. A tragédia ocorreu em 1992 e, até hoje, levanta questionamentos e lembranças entre servidores, ex-parlamentares e a população acreana.
O fogo teve início durante a madrugada e, em poucas horas, consumiu toda a estrutura do prédio localizado no centro de Rio Branco. Ao perceberem que havia fogo no local, os servidores subiram para o terraço e, segundo o coronel Batista, algumas pessoas ameaçavam se jogar, para que tivessem uma morte, talvez, menos dolorosa — conforme aconteceu em São Paulo, no Edifício Joelma. O prédio da sede da Aleac foi destruído pelas chamas, assim como todo o acervo histórico e os documentos do Poder Legislativo do Acre, de 1962 a 1992.
Na época, investigações apontaram possíveis falhas elétricas como causa do incêndio, embora especulações sobre causas criminosas também tenham sido levantadas. No entanto, o caso nunca foi completamente esclarecido e, até hoje, não há uma conclusão definitiva sobre o que provocou o sinistro.
Incêndio do prédio da Aleac, o maior da história de Rio Branco, completa 33 anos nesta quarta/Foto: Reprodução
Naquele ano, a Aleac investigava supostas irregularidades no processo de construção do Canal da Maternidade, hoje Parque da Maternidade, em Rio Branco. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) apurava o processo licitatório e o valor da obra, que teria sido executada pela construtora Odebrecht, posteriormente conhecida pelas investigações da Operação Lava Jato.
O episódio forçou a transferência provisória das atividades parlamentares para outros espaços, até que fosse construído o atual prédio da Aleac, inaugurado anos depois, com estrutura moderna e mais segura.
Mesmo após três décadas, esse ainda é o maior incêndio já registrado em Rio Branco.
Bombeiro chegou a escalar o prédio para salvar vítimas/Foto: ContilNet
Aleac deve ganhar um novo prédio
A Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac) terá, em breve, uma nova sede ao lado da Cidade da Justiça, na Avenida Paulo Lemos de Moura Leite, no Portal da Amazônia, em Rio Branco. O terreno de 20.092 m² foi doado pelo governador Gladson Cameli (Progressistas) em maio de 2023 e, desde então, o projeto da nova casa do Parlamento tem avançado.
O presidente da Aleac, Nicolau Júnior, afirmou que a intenção é lançar a pedra fundamental ainda em 2025, marcando simbolicamente o início da construção — processo frequentemente associado a cerimônias inaugurais.
A nova sede visa proporcionar mais conforto aos servidores e otimizar o trabalho legislativo, com um ambiente mais adequado às demandas crescentes do Poder Legislativo acreano. “Esse terreno que está sendo doado pelo governo do Estado é um sonho realizado. Sou muito grato, de verdade. A construção da nova sede da Aleac trará, sem dúvidas, mais conforto aos servidores e celeridade às atividades legislativas”, disse Nicolau Júnior, ressaltando a importância do projeto para o fortalecimento da instituição.
