Juruá Informativo

Amazon entra na corrida espacial com lançamento dos primeiros satélites Kuiper

Amazon entra na corrida espacial com lançamento dos primeiros satélites Kuiper

A Amazon deu importante passo em sua estratégia de expansão para o mercado de internet via satélite ao lançar, nesta segunda-feira (28), os primeiros 27 satélites de seu ambicioso Projeto Kuiper, previsto para ser lançado no início do mês, mas o tempo ruim impediu.

O lançamento ocorreu por volta das 20h (horário de Brasília) na estação espacial de Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), marcando o início de nova fase na competição pelo domínio da conectividade global.

“Tivemos uma contagem regressiva tranquila, clima perfeito, decolagem impecável, e o Atlas V está a caminho da órbita para levar esses 27 satélites Kuiper, colocá-los em seu trajeto e realmente iniciar esta nova era em conectividade de internet”, declarou Caleb Weiss, engenheiro de sistemas da United Launch Alliance (ULA), durante a transmissão ao vivo após o lançamento.

Foguete prestes a decolar
Lançamento tinha sido adiado no início do mês por tempo ruim (Imagem: Divulgação/United Launch Alliance)

A missão, batizada de Kuiper Atlas 1, utilizou um foguete Atlas V da ULA, joint venture formada pelas empresas aeroespaciais estadunidenses Boeing e Lockheed Martin.

Os satélites foram projetados para se separar do foguete a aproximadamente 450 quilômetros acima da superfície terrestre, momento em que a Amazon buscará confirmar se os dispositivos conseguem manobrar independentemente e se comunicar com a equipe em terra.

Corrida espacial bilionária entre Amazon e SpaceX

Andy Jassy, CEO da Amazon, destacou, em sua recente carta aos acionistas, que o Kuiper exigirá investimentos substanciais inicialmente, mas, eventualmente, a empresa espera que se torne “um negócio significativo em termos de receita operacional e retorno sobre o capital investido“.

Leia mais:

Cronograma apertado e parcerias estratégicas

A Amazon enfrenta prazo rigoroso estabelecido pela Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC, na sigla em inglês), que exige que a empresa tenha metade de sua constelação total, ou seja, 1.618 satélites, em órbita até julho de 2026.

Para cumprir este objetivo, a empresa reservou mais de 80 lançamentos para implantar dezenas de satélites por vez. Além da ULA, seus parceiros de lançamento incluem a própria SpaceX (empresa-mãe da Starlink), a europeia Arianespace e a Blue Origin, startup de exploração espacial também fundada por Jeff Bezos.

Em movimentação que demonstra a complexidade das relações corporativas no setor espacial, a Amazon recorreu aos serviços de lançamento da SpaceX, mesmo sendo esta a proprietária de seu principal concorrente.

Missão Kuiper Atlas 1, utilizou um foguete Atlas V da ULA (Imagem: Divulgação/United Launch Alliance)

Preocupações orbitais

Com o aumento do número de satélites em órbita terrestre baixa, incluindo os da Starlink, OneWeb (europeia) e Guowang (chinesa), cresce a preocupação da comunidade científica sobre a possível congestão espacial, riscos de colisões e interferências nas observações astronômicas.

Embora a Amazon ainda não tenha divulgado o preço de seu serviço, a empresa promete oferecer opção de baixo custo para conectividade global, potencialmente expandindo o acesso à internet para regiões remotas e mal atendidas do planeta.

Os investidores da Amazon estarão atentos a qualquer comentário sobre gastos adicionais relacionados ao Projeto Kuiper quando a empresa divulgar seus resultados financeiros do primeiro trimestre nesta quinta-feira (1).

Sair da versão mobile