Zé Adriano e Antônia Lúcia se recusam assinar lista do projeto de anistia e irritam bolsonaristas

Os deputados federais José Adrano (PP-AC) e Antônia Lúcia (Republicanos-AC), dois dos quatro membros da bancada federal do Acre que não assinaram a lista de parlamentares que pedem urgência na votação do projeto de lei que anistia os condenados e indicados pela tentativa de golpe de Estado e vandalismo no dia 8 de janeiro de 2023, jogaram um balde de água fria nos líderes da Direita acreana que os procuraram, na tarde desta quinta-feira (10), pedindo que eles integrassem a lista.

Zé Adriano e Antônia Lúcia se recusam assinar lista do pedido de urgência no projeto de anistia e irritam bolsonaristas. Foto: Reprodução

Faltando exatos 17 assinaturas para que o requerimento de urgência possa alcançar a marca regimental de 257 requerentes – a maioria absoluta dos 513 deputados – a fim de que o projeto de lei seja diretamente encaminhado para votação em plenário independente da pauta da presidência da Casa e de debates nas comissões, cada parlamentar passou a ser caçado a laço pelos apoiados do ex-presidente Jair Bolsonaro, sob a liderança do deputado Sostenes Cavalcante (PL-RJ).

Caso seja alcançado número regimental e o projeto seja votado em regime de urgência e, aprovado, seus efeitos além de anular as condenações dos presos pelos atos do dia 8 de janeiros e de outras acusações de atos preparatórios para o golpe de Estado a fim de derrubarem o Governo eleito em 2022, abriria caminho para a revogação da inelegibilidade de Jair Bolsonaro, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por isso, o empenho dos aliados de Bolsonaro no Congresso Nacional.

Do Acre, já colocaram seus nomes nas listas os deputados Coronel Ulysses Araújo e Eduardo Veloso, do UB, Roberto Duarte, do Republicanos, e nesta quinta-feira também assinou Zezinho Barbary, do Progressistas.

Quando procurados, José Adriano e Antônia Lúcia disseram que não assinariam o requerimento de urgência por orientação das lideranças de seus partidos.

O caso causou estranheza aos apoiadores de Bolsonaro porque, da bancada do Progressista, 36 deputados, incluindo Barbary, assinaram a lista. Além disso, o presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), vem fazendo verdadeira campanha para que o requerimento de urgência alcance o número regimental.

No caso de Antônia Lúcia, o que mais irritou os lideres bolsonaristas foi a mesma desculpa da orientação da liderança partidária, sendo eu seu colega de bancada, Roberto Duarte, foi um dos primeiros signatários do documento, e até seu marido, o também deputado federal Silas Câmara, eleito pelo Amazonas, também do Republicanos, ter assinado o documento.

“Vou falar com ela”, prometeu Silas Câmara em relação à assinatura da esposa.
As outras deputadas da bancada acreana, Socorro Neri (PP) e Meire Serafim (UB), que fazem mandatos de caráter independentes, não foram procuradas pelos bolsonaristas.

Nos bastidores do Congresso, à medida que a lista de deputados se aproxima do número regimental necessário para por a anistia em aprovação, se intensificam também as ações da bancada de apoio ao governo, sob a liderança da ministra das Relações Institucionais, Gleice Hoffman, para que os parlamentares que já assinarem o documento, retirem suas assinaturas.

O final de semana que vem será decisivo para o futuro da proposta de anistia. Se as 257 assinaturas não forem alcançadas, a proposta estará sepultada na burocracia regimental da Cãmara.

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