Na região rural de Beni, na Bolívia, perto da fronteira com o Brasil, pastos estão completamente submersos, forçando o gado e os vaqueiros a nadar. (Veja a imagem acima)
O país foi atingido por algumas das chuvas mais intensas em décadas, que deixaram plantações de soja e fazendas submersas, colocando em risco as exportações para mercados estrangeiros e elevando os preços locais dos alimentos.
“A inundação que estamos enfrentando agora é muito incomum, muito severa para esta época do ano”, disse o pecuarista Gunther Amatller à Reuters enquanto resgatava seu gado das águas da enchente. “A água continua subindo. É difícil prever o quanto ela vai subir.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/L/I/ctkAtKSimI1uecL6XLtg/2025-04-08t110546z-1-lynxnpel370hm-rtroptp-4-bolivia-floods-cattle.jpg)
Vacas atravessam área de pasto a nado após cheias — Foto: Reuters
De acordo com estimativas locais, cerca de 200 mil cabeças de gado estão em risco, lutando contra a água da enchente e a fadiga. As enchentes atingiram 590 mil famílias e mataram pelo menos 55 pessoas.
“Meu gado está sofrendo e os animais estão emaciados. Além disso, há muitas cobras e onças naquela área alagada”, lamentou Teresa Vargas, dona da fazenda Cheperepije.
As mudanças climáticas alteraram os padrões do clima, de acordo com especialistas, atrasando as chuvas e tornando-as mais intensas. O Rio Mamoré, um rio amazônico que atravessa a Bolívia e o Brasil, transbordou, inundando tudo em seu caminho.
Em cidades como Puerto Almacén e Puerto Ballivián, famílias inteiras abandonaram suas casas e buscaram refúgio em abrigos improvisados na beira da estrada.
“Somos forçados a deixar nossas casas”, disse Mayra Peralta, com a voz embargada. “Todos os dias, a água sobe.”
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/J/Z/SD5DYsQp2EseoYAM9KQQ/2025-04-08t110546z-1-lynxnpel370hp-rtroptp-4-bolivia-floods-cattle.jpg)
Enchentes na Bolívia já mataram 55 pessoas — Foto: Reuters
Em Loma Calatayud, Jesús Martínez mostrou impotente como suas plantações de arroz, banana e mandioca desapareceram. Sua esposa cozinha precariamente em uma plataforma de madeira, enquanto a água cerca sua casa.
“Está tudo debaixo d’água”, disse Jesús.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/s/H/J1ii1zQPAzFDHWVDZcUQ/2025-04-08t110546z-1-lynxnpel370hk-rtroptp-4-bolivia-floods-cattle.jpg)
Animais caminham em pasto alagado na Bolívia — Foto: Reuters
Mulheres indígenas, como Edilberta Huaginoe, cozinham em acampamentos construídos às pressas em terrenos mais altos, tentando alimentar seus filhos com o pouco que conseguem resgatar da água.
“O arroz está debaixo d’água, as bananas e a mandioca estão debaixo d’água, e não conseguimos tirá-las porque estão muito fundas”, disse Edilberta. “É aqui que vamos dormir até a água baixar.”