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Pela primeira vez, Toniquim, poderoso cartola do futebol acreano, fica de fora das eleições da CBF

Toniquim, que atualmente ocupa o cargo de vice-presidente da entidade e tem mandato até março de 2026/Foto: Reprodução

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), entidade máxima do futebol brasileiro que funciona sob o estatuto de empresa privada, sem vínculos com organismos governamentais, mas que ainda assim comanda a Seleção Brasileira, realizará a renovação de sua diretoria em eleições no próximo dia 24 (segunda-feira). Pela primeira vez, a eleição ocorrerá sem a presença do acreano Antônio Lopes de Aquino, o Toniquim, na diretoria da CBF, após oito anos de mandato. Toniquim, que atualmente ocupa o cargo de vice-presidente da entidade e tem mandato até março de 2026, não concorrerá ao terceiro mandato.

Toniquim, que atualmente ocupa o cargo de vice-presidente da entidade e tem mandato até março de 2026/Foto: Reprodução

Aos 78 anos, Toniquim – empresário e ex-jogador de futebol – preside a Federação de Futebol do Acre (FFA) desde 1994. Nos últimos oito anos, atuou como um dos 14 vice-presidentes da CBF, mas já anunciou que, em 2026, aos 80 anos e com 1,55m de altura, será candidato a mais um mandato à frente da FFA.

A Federação de Futebol do Acre foi fundada em 27 de janeiro de 1947, antes mesmo do Acre se tornar um estado, o que aconteceu em 1962. A entidade, que inicialmente se chamava Federação Acreana de Desportos (FAD), substituiu a antiga Liga Acreana de Esportes Terrestres (LAET), que organizava futebol, vôlei e basquete. Toniquim assumiu a presidência da FFA em 1984, substituindo o então major da Guarda Territorial, Adel Derze, e o jornalista Pedro Paulo Menezes de Campos Pereira, ambos já falecidos. Desde então, permanece no cargo, praticamente sem oposição. A única tentativa de derrota ocorreu em 2022, quando o deputado estadual Roberto Duarte se apresentou como candidato, tendo como vice o juruaense Flávio Silva, ex-secretário de Estado e homem de confiança do governador Gladson Cameli. Toniquim venceu a disputa e, em 2023, já declarou que será candidato a mais um mandato após o fim do atual, em 2027.

“Serei candidato, apesar da idade, porque a Federação tem hoje um patrimônio superior a R$ 100 milhões, graças ao nosso trabalho. Quando assumimos, a entidade, que é uma empresa, não tinha sequer crédito para imprimir uma fotocópia. Hoje, é organizada e reconhecida”, afirmou Toniquim ao ContilNet.

Toniquim explicou que poderia buscar o terceiro mandato, mas preferiu renunciar em nome da renovação/Foto: Reprodução

Sobre a decisão de não mais integrar a diretoria da CBF nas eleições de segunda-feira, Toniquim explicou que poderia buscar o terceiro mandato, mas preferiu renunciar em nome da renovação. “Antes, só era permitido dois mandatos. Agora, houve uma renovação no estatuto que permitiria o terceiro, mas temos um acordo de rodízio e renovação, e resolvi declinar do convite”, explicou.

Com isso, o atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que é candidato único após a desistência do ex-jogador Ronaldo Fenômeno, registrou chapa única com seus 14 vice-presidentes. A candidatura de Ednaldo, que visa um novo mandato, conta com o apoio unânime das 27 federações estaduais e da maioria dos clubes da Série A e B. A chapa é intitulada “Por um Futebol Mais Inclusivo e Sem Discriminação de Qualquer Natureza”, e seus integrantes são:

Presidente: Ednaldo Rodrigues
Vice-presidentes: Gustavo Dias Henrique, Ricardo Nonato Macedo de Lima, Reinaldo Rocha Carneiro Bastos, Gustavo Oliveira Vieira, Ednailson Leite Rozenha, Antônio Roberto Rodrigues Góes da Silva, Leomar de Melo Quintanilha e Rubens Renato Angelotti.

A eleição para o comando da CBF ocorrerá na segunda-feira (24), às 10h30. O mandato será de março de 2026 a 2030.

“Foi uma união democrática, um processo eleitoral que segue o rito estabelecido pela FIFA, CONMEBOL e CBF, dentro do seu estatuto, e para o qual tivemos significativas adesões. Foram 27 federações e também 13 clubes da Série A e 13 clubes da Série B. Com isso, vamos procurar fazer um mandato que busque cada vez mais o fomento do futebol brasileiro, lutando pela purificação do esporte e pela inclusão social, com ênfase no combate ao racismo e a toda forma de discriminação”, afirmou Ednaldo ao reforçar sua candidatura.

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