Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) descartaram a possibilidade de prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro antes da conclusão do julgamento que pode torná-lo réu por tentativa de golpe de Estado. Em conversas reservadas, os magistrados reforçaram que a prisão só ocorreria após o trânsito em julgado ou se o ex-presidente cometesse algum ato que justificasse a detenção. As informações são do site G1.
Aliados de Bolsonaro chegaram a temer, nas horas que antecederam o julgamento, que o STF decidisse ordenar a prisão do ex-presidente para evitar uma possível fuga. Esse receio se baseava no precedente recente do pedido de vista de Luiz Fux no caso da pichadora de uma estátua do STF, Débora Rodrigues dos Santos, onde a defesa esperava que o mesmo gesto pudesse ser repetido para Bolsonaro e outros acusados.
Entretanto, a maioria dos advogados logo reconheceu que esse era um desejo sem grandes fundamentos. “O ministro já havia ‘queimado cartucho’ com o pedido de vista de ontem”, comentou um dos advogados, desconsiderando a possibilidade de Fux repetir a ação.

O ministro Luiz Fux, durante sessão do STF — Foto: Rosinei Coutinho
A presença de Bolsonaro no primeiro dia do julgamento, que gerou grande repercussão, foi vista por alguns como uma tentativa de legitimar sua posição política e aumentar a tensão com a corte. Por outro lado, os defensores do ex-presidente afirmaram que sua presença no STF não teve a intenção de intimidar, mas de mostrar que ele não planejava fugir caso fosse condenado.
A decisão de Bolsonaro de não comparecer mais ao julgamento no STF nesta quarta-feira (26) gerou especulações de que ele poderia ser preso, mas tais especulações foram prontamente descartadas tanto por investigadores quanto pelos próprios ministros da corte, que reafirmaram que a prisão preventiva só seria possível em casos excepcionais.
Nas últimas 48 horas, Brasília foi palco de preparativos intensos para o julgamento, com advogados e aliados de Bolsonaro tentando planejar estratégias para o que chamaram de “o dia seguinte” após a possível aceitação da denúncia. Os ministros da primeira turma, Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia, foram foco de comentários de juristas. Zanin, ex-advogado de Lula, foi elogiado pela sua condução técnica do caso, enquanto Dino se destacou pela qualidade da sua oratória e pela fundamentação robusta de seus argumento