No terceiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, os Estados Unidos surpreenderam diplomatas e aliados ao ficar do lado da Rússia em duas votações nas Nações Unidas na segunda-feira (24/2).
O Conselho de Segurança aprovou a resolução, mas dois aliados importantes dos EUA — o Reino Unido e a França — se abstiveram depois que suas tentativas de alterar a redação foram vetadas.
As resoluções da ONU foram apresentadas no mesmo dia em que o presidente francês, Emmanuel Macron, visitou Trump na Casa Branca em uma tentativa de abordar suas diferenças acentuadas sobre a guerra.
Na quinta-feira (27/2), o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também visitará o novo líder americano.
A Casa Branca de Trump abalou a aliança transatlântica contra a Rússia ao se aproximar de Moscou, lançando dúvidas sobre o compromisso de longo prazo dos EUA com a segurança europeia.
Diplomatas europeus apresentaram um texto mais detalhado, responsabilizando a Rússia por sua invasão em grande escala e apoiando a soberania e a integridade territorial da Ucrânia.
“Precisamos reconfirmar que a agressão deve ser condenada e desacreditada, não recompensada”, disse a vice-ministra das Relações Exteriores da Ucrânia, Mariana Betsa.
A Assembleia Geral da ONU também aprovou a resolução dos EUA, mas somente depois que ela foi alterada para incluir linguagem de apoio à Ucrânia, o que levou os EUA a se absterem.
No Conselho de Segurança da ONU, que contém apenas 15 membros e é muito mais poderoso, a resolução não alterada dos EUA — que pedia o fim do conflito, mas não continha críticas à Rússia — foi aprovada por 10 votos, com a abstenção de Reino Unido, França, Dinamarca, Grécia e Eslovênia.
A enviada interina dos EUA na ONU, Dorothy Camille Shea, descreveu a resolução dos EUA como uma “declaração histórica simples… que olha para frente, não para trás. Uma resolução focada em uma ideia simples: acabar com a guerra”.
Raramente os EUA estiveram tão em desacordo com seus aliados europeus.
Por esse motivo, a Assembleia Geral tem sido o principal fórum para debater a guerra. Mas suas resoluções não são juridicamente obrigatórias para os Estados-membros, ao contrário das do Conselho de Segurança.
