Juruá Informativo

Líder indígena do Acre debate urgência climática com guitarrista da banda Radiohead, em São Paulo

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A Semana Internacional de Música de São Paulo chega a sua 11ª edição, abordando música e economia criativa na América Latina, sendo considerado a maior do segmento. O evento ocorre entre os dias 17 e 21 de fevereiro.

O líder do povo Ashaninka participou de evento ao lado de cientista climática e guitarrista do Radiohead/Foto: Cedida

O evento contará com público de aproximadamente cinco mil pessoas credenciadas, assim como 50 mil pessoas visitando o espaço durante os dias com painéis disponíveis. Ao todo, 30 países estão envolvidos no projeto, e deverá impactar aproximadamente 15 milhões de pessoas.

“Sem clima, sem show”

A novidade para o ano de 2025 é a criação de um painel denominado “Sem clima, sem show”, que tem como foco discutir os impactos das mudanças climáticas e a importância de se criarem ações voltadas para revertê-las.

A conversa contou com a presença do coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ), Francisco Piyãko, que também é uma das principais lideranças do povo Ashaninka, do Acre.

Os outros participantes da mesa foram Luciana Gatti, cientista que estuda mudanças climáticas e coordenadora do Laboratório de Gases do Efeito Estufa, e do guitarrista da banda britânica de rock alternativo Radiohead, Ed O’Brien, sendo mediada por Rodrigo V. Cunha, líder e curador do TEDx Amazônia.

Piyãko destacou a importância da participação de indígenas em espaços de discussão como este, onde pode se debater o uso da arte para um impacto positivo no mundo.

O representante acreano destacou a importância de eventos que levam a temática até públicos que não são familiarizados com ela/Foto: Cedida

“Nessa mesa estava o nosso olhar, o nosso modo de vida, como que a gente se relaciona com essa natureza. Estava uma cientista mostrando o que está passando com as florestas. E também um músico que estava discutindo que a música pode ser também um caminho para educar, quando você fala com sentimento deste assunto”, explicou o representante acreano.

O líder Ashaninka fala ainda da importância de eventos que tratem da causa ambiental e que tenham uma grande repercussão, para que seja possível atingir outros públicos que talvez não estejam inseridos neste debate.

“Muitos estão sentindo, mas têm dificuldades de poder fazer algo porque não encontram orientações. Então a minha fala nessa mesa que a gente participou, ela foi no sentido de mostrar que tem formas de viver mais saudáveis, com maior equilíbrio. O jeito de viver com as tradições que a gente vive na floresta e a muito tempo se sustentam”, encerrou.

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