Nesta sexta-feira (14), completa um ano da fuga de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça do Presídio Federal de Mossoró (RN). A dupla de acreanos foi a primeira a escapar de uma penitenciária de segurança máxima no Brasil, levando a uma megaoperação nacional para recapturá-los.

A dupla foi presa após 50 dias de buscas/ Foto: Reprodução
A fuga aconteceu durante a madrugada do dia 14 de fevereiro de 2023. Os detentos serraram grades e utilizaram ferramentas encontradas dentro da própria unidade para abrir um buraco na parede da cela. Em seguida, escaparam pelo pátio e atravessaram as cercas de segurança. A fuga só foi percebida horas depois, quando agentes penitenciários realizavam a contagem de rotina. O caso chamou atenção para uma série de falhas no sistema de monitoramento da unidade, que passou por mudanças após o acontecido.
Uma força-tarefa foi montada com agentes federais, estaduais e policiais especializados em buscas. Deibson e Rogério se escondiam em áreas de mata e receberam apoio externo para conseguir sobreviver e se deslocar. A procura envolveu drones, helicópteros e cães farejadores. A dupla chegou a invadir propriedades rurais em busca de mantimentos.
Uma mega operação de busca foi montada/ Foto: Ayrton Freire/Inter TV Cabugi
A captura dos foragidos ocorreu quase 50 dias depois, em abril de 2023. Uma operação policial conseguiu interceptar um comboio de veículos em que a dupla estava, na BR-222, nas proximidades da cidade de Marabá, no estado do Pará. A prisão de Deibson e Rogério pôs fim a um capítulo delicado na história da segurança pública federal. Eles foram levados de volta ao presídio de Mossoró, e de lá, transferidos para a unidade federal de segurança máxima de Catanduvas, no Estado do Paraná.
Deibson e Rogério são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar – preso na mesma unidade – e foram transferidos para o presídio federal de Mossoró após se envolverem em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco.
Penitenciária Federal de Mossoró, de segurança máxima, de onde fugiram dois detentos/Foto: Reprodução/Senappen
A rebelião foi caracterizada em uma denúncia do Ministério Público do Acre como um massacre e resultou na morte de cinco presos e deixou ao menos três feridos, entre detentos e agentes de segurança.
Os detentos envolvidos já haviam sido denunciados pelo MPAC por integrarem uma organização criminosa. Eles foram acusados de homicídio qualificado, com as qualificadoras de torpeza, crueldade, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e uso de armas de fogo de uso restrito.