Pimenta: oposição começa a se articular e mostra que será pedra no sapato de Bocalom

Agora, o bloco será a união entre MDB e PT, com quatro vereadores: Fábio Araújo, Eber Machado, Neném Almeida e André Kamai

A primeira sessão do ano da nova legislatura da Câmara Municipal de Rio Branco já deixou claro que o prefeito Tião Bocalom não terá uma vida tão fácil como teve nos últimos anos. Foi oficialmente criado o bloco de oposição na Casa, que agora terá quatro vereadores. No primeiro mandato, Bocalom enfrentou uma oposição quase minúscula, com apenas dois parlamentares – Elzinha Mendonça (que deixou o bloco para virar independente) e Fábio Araújo, que chegou a ser líder do pequeno grupo.

Nova legislatura iniciou os trabalhos nesta terça-feira (4)/Foto: Jardy Lopes

Agora, o bloco será a união entre MDB e PT, com quatro vereadores: Fábio Araújo, Eber Machado, Neném Almeida e André Kamai.

Um líder definido 

Dos quatro, o escolhido para liderar o bloco foi o emedebista Neném Almeida, um dos principais aliados do ex-prefeito Marcus Alexandre. Com uma experiência de mandatos na Assembleia Legislativa (Aleac), o vereador tem tudo para complicar a vida de Bocalom.

Neném sempre foi conhecido por debates acalorados na Aleac e agora na Câmara, não deverá ser diferente.

Uma oposição ferrenha

O grupo ainda tem Fábio Araújo – que já é conhecido por críticas fortes ao prefeito nos últimos anos, André Kamai – um petistas com uma oratória indiscutível e uma inteligência absurda e Eber Machado – que adora um palco e vai fazer de tudo para viralizar com críticas ao prefeito.

Bloco terá quatro vereadores de oposição/Foto: Reprodução

Vale lembrar que foi Eber que conseguiu a liminar da Justiça para suspender o aumento dos secretários da Prefeitura, medida considerada prioridade de Bocalom. Essa não vai ser a única pedra no sapato do prefeito colocada pelo vereador.

Velho Boca com dificuldades 

Enquanto a oposição se articula logo no 1º dia de sessão, o prefeito encontra dificuldades e ainda não conseguiu achar um líder de sua gestão na Casa. Quem ocupava o cargo era João Marcos Luz, que não conseguiu se reeleger e foi nomeado secretário de Direitos Humanos.

O mais provável na lista era Joabe Lira, fiel escudeiro do prefeito. Contudo, o vereador foi eleito presidente da Casa e não pode assumir o cargo de líder de Bocalom. O que complicou a vida do prefeito.

Resistência

Fontes disseram à coluna que o prefeito enfrenta resistência dos vereadores da base, que não querem assumir a missão de ser líder do Governo.

A lista foi diminuída para apenas 3 nomes, justamente os dos vereadores do PL, partido de Bocalom. São eles: Antônio Moraes, Raimundo Neném e Joaquim Florêncio.

Contudo, nos bastidores, o que se fala é que nenhum dos três tem o dom da oratória de conseguir rebater as críticas e ataques da oposição, que não serão poucos.

Agradam 

Dois nomes de outro partido aliado agradam o prefeito: Matheus Paiva – mas em razão da inexperiência na Casa, pode ser desconsiderado, e Rutênio Sá, ambos do União Brasil.

Enquanto Bocalom empurra a situação com a barriga, a oposição ganha tempo e já se prepara para o início dos trabalhos.

Na Aleac 

Já na Assembleia Legislativa, o cenário é praticamente o mesmo. Enquanto Gladson tem mais da metade dos deputados na sua base, a oposição, embora pequena, faz um barulho e tanto.

Basta olhar para o discurso de Edvaldo Magalhães na primeira sessão do ano. Fez críticas certeiras e calou a plateia lotada de apoiadores do Governo. Deixo aqui um trecho do discurso do deputado que resume muito bem todo esse cenário.

“Sem a oposição não existe democracia”.

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