Protegida? Lula poupa Marina Silva da degola temporária na Esplanada dos Ministérios

Ministra não deve ser exonerada como os demais ministros que têm mandatos na Câmara e no Senado; saiba os motivos

As ministras Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, e Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, serão poupadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva da degola momentânea na Esplanada dos Ministérios durante este final de semana, quando ministros que têm mandatos na Câmara e no Senado serão exonerados. As duas são deputadas federais: a acreana Marina, pela Rede de São Paulo, e Sônia, nascida no Maranhão, também deputada por São Paulo pelo PSOL.

Marina Silva/Foto: Reprodução

A exoneração temporária dos demais ministros que têm mandatos nas duas casas do Congresso Nacional ocorrerá na sexta-feira (31) para que, no sábado (1º), eles possam votar nas eleições para as mesas diretoras da Câmara e do Senado. Embora esta seja uma prática comum em praticamente todos os governos para que os ministros participem de votações importantes no Congresso, as exonerações mostram uma engenharia política operada pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar constrangimentos ao governo e às suas ministras. Lula vai exonerar, a pedido, todos os ministros com mandatos na Câmara dos Deputados e no Senado para que eles possam participar da eleição para as mesas das duas casas – com a exceção de Marina Silva e Sônia Guajajara.

O Palácio do Planalto fechou apoio ao senador Davi Alcolumbre (União-AP) e ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) nas disputas. Após as eleições, os ministros irão retomar seus postos. Liberadas para votar, as duas ministras, que são deputadas, seriam constrangidas porque seus respectivos partidos lançaram candidatos próprios à presidência da Câmara e elas não poderiam votar no candidato apoiado por Lula sem contrariar seus partidos. O presidente quer evitar manchetes dizendo que algum ministro seu votou contra a orientação do governo.

Sônia é filiada ao PSOL. Marina, à Rede. O PSOL tem um candidato próprio, o deputado Pastor Henrique Vieira (RJ). Já a Rede, que tem um único deputado na Casa — Túlio Gadêlha (PE) —, apoia Motta.

O problema é que PSOL e Rede formam uma federação. Caso Marina votasse em Motta, isso poderia gerar um constrangimento entre as duas siglas federadas.

A decisão de Lula é um gesto para demonstrar que o governo está fechado com os dois candidatos e que quer ter uma boa relação com eles no próximo biênio, caso se confirmem as eleições de ambos.

Alcolumbre e Motta obtiveram apoio da maioria dos partidos e devem ser eleitos com margem folgada.

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