A mãe da babá de 19 anos, vítima de estupro pelo pai da criança a quem ela prestava cuidados, concedeu uma entrevista ao G1 Acre neste domingo (26) e deu detalhes sobre o caso.
O suspeito é Rafael dos Santos Soares, de 26 anos. Ele foi preso no sábado (25).
Rafael dos Santos Soares, de 26 anos/Foto: Reprodução
De acordo com informações das autoridades, o crime ocorreu na residência do suspeito enquanto a vítima estava cuidando da criança.
O acusado utilizou uma faca para rendê-la, cometeu o estupro e fez a vítima desmaiar aplicando um mata-leão antes de fugir. Após recobrar a consciência, a jovem conseguiu pedir ajuda à mãe, que acionou a Polícia Militar.
A guarnição liderada pelo 2º Tenente Eliabe prestou atendimento à vítima, que relatou fortes dores. Após o registro do caso na Delegacia da Mulher, a vítima foi encaminhada à Maternidade Bárbara Heliodora, onde foi constatada a presença de um objeto, identificado como um plug anal.
Procedimentos médicos foram realizados para a retirada do objeto, e a mulher recebeu os cuidados necessários conforme os protocolos aplicáveis em casos de estupro. Após receber alta, ela retornou à Delegacia da Mulher para prestar depoimento.
O acusado foi localizado por policiais militares do Tático do 1º Batalhão no bairro Estação e encaminhado à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), onde foi autuado pelo crime de estupro.
A mãe da vítima relatou detalhes sobre o crime e disse que, após o ocorrido, a filha só conseguiu dormir com o auxílio de medicamentos.
“Ele puxou um monte de cabelo dela para que ela calasse a boca. Bateu nela, ameaçou, dizendo que conhecia a rotina dela, os irmãos gêmeos dela e que não tinha medo de mim. Depois de tudo [do abuso], ele a segurou pelo pescoço e ela apagou”, lamentou.
“Ela estava chorando muito à noite e dizia que não teve culpa, que chegou a gritar, mas ninguém a ouviu. Tive que dopá-la, dei clonazepam para ela. Minha filha só trabalha e estuda, só vive para isso”, continuou.
A vítima procurou um segundo emprego porque precisava ajudar nas despesas da casa, segundo a mãe.
“A mãe do menino mandou mensagem perguntando se ela ainda estava disponível. Era em um horário diferente do outro trabalho, e ela disse que ficaria por três a quatro meses para ajudar a organizar nossas finanças. Eu tenho dois empregos e estava atrás de outro, então disse que ficaria sobrecarregada e preferiu ir trabalhar”, recorda.
No primeiro dia de trabalho, a estudante teria notado comportamentos estranhos por parte do suspeito.
“Ele fez algumas perguntas estranhas para ela, perguntou se ela namorava, se era casada. Ela disse que não namorava, mas não queria falar sobre a vida pessoal e estava ali para cuidar do bebê. A partir daí, ele se mostrou superignorante”, disse a mãe da vítima.
No dia do crime, a mãe afirmou que a vítima saiu de casa para ir trabalhar preocupada com o comportamento do pai da criança.
“Me perguntou o que faria se ele fizesse perguntas estranhas e eu disse que achava melhor ela não ir mais. Falei para dizer que era uma menina direita e que não ficaria mais com o filho dele se continuasse a questioná-la daquele jeito”, acrescentou.
Ao chegar ao local, ela foi abordada novamente pelo suspeito.
“Ela disse que ele ficou em pé na frente dela, perguntando se ela não o achava bonito, atraente, e começou a atacá-la. Ele nem deveria estar lá, pois quando ela foi contratada, a mulher [esposa do suspeito] disse que ele saía para trabalhar como motorista de aplicativo e só voltava à noite”, enfatizou.
Rafael teve a prisão preventiva decretada pela Justiça do Acre, neste domingo (27).