‘Defesa da liberdade’ x ‘guerra à democracia’: mudança anunciada pela Meta opõe bolsonarismo e governo nas redes

Entre as medidas que serão adotadas pela big tech estão fim dos checadores independentes e a flexibilização nos filtros para retirada de postagens

O anúncio de medidas que mudam as regras da Meta para combater desinformação e ódio dividiu parlamentares bolsonaristas e aliados do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto representantes da direita defenderam as novas regras como uma forma de “defesa da liberdade de expressão”, nomes da esquerda afirmaram que as alterações representam uma “guerra à democracia” e um alinhamento da corporação com o extremismo.

Mudança na moderação de conteúdo pela Meta opôs o bolsonarismo a governo Lula — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo, Kent Nishimura/Bloomberg e Cristiano Mariz/Agência O Globo

Na terça-feira, Mark Zuckerberg, fundador e CEO da empresa, disse que, entre as medidas que serão adotadas pela big tech, estão fim dos checadores independentes e a flexibilização nos filtros para retirada de postagens.

Filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que Zuckerberg “detona” o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mesmo sem citá-lo. O parlamentar aponta também que o efeito da vitória do presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump “só está começando”.

O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo) disse que Zuckerberg “deixou claro” que “governos ao redor do mundo estão pressionando por mais controle e censura nas redes sociais”. Segundo o ex-procurador da Lava-Jato, o dono da big tech “oferece apoio ao presidente Trump e promete que a Meta enfrentará essa batalha global pela liberdade de expressão”.

O senador Jorge Seif (PL-SC) cita uma suposta influência “pró-liberdade” do governo Trump e prevê “grandes mudanças na geopolítica”.

Já Eduardo Girão, líder do Novo na Casa, compartilhou uma nota do partido que define o posicionamento da Meta como “histórico. A sigla também ressalta que Zuckerberg cita que “países latino-americanos têm tribunais secretos que podem ordenar que as empresas removam conteúdos de forma silenciosa”.

O deputado federal Mario Frias (PL-SP) afirma que, com as mudanças divulgadas, a Meta “se posiciona como um defensor da liberdade de expressão em um cenário cada vez mais conturbado”. Para o parlamentar, a medida “provavelmente fará com que Zuckerberg seja rotulado como um bilionário de extrema-direita, assim como Elon Musk“.

A deputada federal Carla Zambelli (PL) disse que a medida é “mais uma ação em defesa da liberdade de expressão” e ressaltou ser “bom ver que Trump tem influência em decisões que interferem na liberdade das pessoas”.

Já o senador Sergio Moro disse parecer que a “onda da censura está chegando ao fim no mundo” e questionou “quando ela chegará ao fim no Brasil?”.

 

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