Uma pesquisa conduzida pelo mestrando Jhonatan Henrique Lima da Rocha, do Programa de Mestrado em Sanidade e Produção Animal Sustentável na Amazônia da Universidade Federal do Acre (Ufac), identificou a presença do fungo Histoplasma capsulatum em morcegos no estado do Acre. Este fungo, que habita o ambiente natural, pode ser encontrado em fezes de morcegos e em locais úmidos e ricos em matéria orgânica.
Durante o estudo, foram capturados 96 morcegos em cinco áreas distintas de Rio Branco, a capital acreana. Os resultados da pesquisa indicaram que os morcegos atuam como reservatórios naturais do Histoplasma capsulatum, desempenhando um papel essencial na sua propagação.
As fezes desses animais fornecem nutrientes para o fungo, permitindo sua permanência e disseminação no ambiente. A infecção em humanos ocorre principalmente quando animais domésticos ou silvestres inalam esporos do fungo presentes em locais contaminados, como aqueles com grande concentração de fezes de morcegos.
Quando esses esporos são inalados, podem provocar uma infecção conhecida como histoplasmose, uma doença sistêmica que afeta, principalmente, o sistema respiratório. Entre os sintomas mais comuns da doença estão tosse, febre, fadiga, dor no peito e cefaleia.
De acordo com o estudo, o Histoplasma capsulatum, fungo com potencial zoonótico – ou seja, capaz de ser transmitido de animais para seres humanos –, nunca havia sido registrado na região até a realização dessa pesquisa.