Devastada por ciclone: França vai impor toque de recolher noturno na ilha de Mayotte

As autoridades temem que haja centenas de outras vítimas, possivelmente milhares, um número que só poderá ser confirmado nos próximos dias, quando forem retirados os escombros

A França vai impor toque de recolher noturno, nesta terça-feira (17), na ilha de Mayotte, no Oceano Índico, território francês devastado por um ciclone que pode ter deixado centenas de mortos, anunciou o Ministério do Interior.

O ciclone Chido, que varreu a ilha e o arquipélago vizinho no domingo, deixou pelo menos “cerca de 20 mortos”, disse, nesta terça, perante o Parlamento o primeiro-ministro francês, François Bayrou, alertando que este “balanço” é provisório e poderia aumentar. Segundo ele, foram reportados, ainda, “200 feridos graves” e “1.500 feridos” leves.

Moradias destruídas em Combani, no território francês de Mayotte, no Oceano Índico, depois que o ciclone Chido atingiu o arquipélago — Foto: Handout / Securite Civile / AFP
Moradias destruídas em Combani, no território francês de Mayotte, no Oceano Índico, depois que o ciclone Chido atingiu o arquipélago — Foto: Handout / Securite Civile / AFP

As autoridades temem que haja centenas de outras vítimas, possivelmente milhares, um número que só poderá ser confirmado nos próximos dias, quando forem retirados os escombros e as rodovias forem desobstruídas. O toque de recolher será adotado das 22h às 04h como medida de segurança para impedir saques, segundo o ministério.

O presidente francês, Emmanuel Macron, chefiou, na noite de segunda, uma reunião de crise na qual qualificou a situação como uma “tragédia” e prometeu visitar Mayotte em breve. O ministro do Interior, Bruno Retailleau, o funcionário de maior escalão do governo a visitar a ilha após o ciclone, disse que Mayotte está “completamente devastada”, com 70% dos seus habitantes afetados.

Danos e árvores derrubadas em Pamandzi, no território francês de Mayotte, no Oceano Índico — Foto: Dimitar DILKOFF / AFP
Danos e árvores derrubadas em Pamandzi, no território francês de Mayotte, no Oceano Índico — Foto: Dimitar DILKOFF / AFP

Ele anunciou que nos próximos dias devem chegar 400 policiais para reforçar os 1.600 guardas e policiais já presentes no território, mas esclareceu que até o momento não houve saques.

O ciclone Chido é o mais recente de uma série de tempestades provocadas pela mudança climática no mundo, dizem os especialistas. Mayotte é a região mais pobre da França, com um terço da população habitando áreas precárias. Em Moçambique, Chido deixou pelo menos 34 mortos, anunciou nesta terça-feira o Instituto Nacional de Gestão de Riscos e Desastres.

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