Jovem jogado de ponte por PM saiu andando de córrego, dizem moradores

Testemunhas afirmam que o rapaz que foi atirado de uma ponte por um PM na zona sul saiu do local com a cabeça bastante machucada

Moradores das proximidades da Rua Padre Antônio Gouveia afirmam que o rapaz arremessado por um policial militar de uma ponte na Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, no domingo (1º/12), estava com a cabeça bastante machucada e saiu caminhando de dentro do Córrego do Cordeiro, após a queda de cerca de três metros.

Uma das testemunhas ouvidas pelo Metrópoles afirma que a PM começou a passar pelo local por volta das 21h, tentando abordar jovens que circulavam em motos pela rua, em meio ao pancadão. O rapaz que foi jogado da ponte pelo policial teria passado ao menos três vezes pelo lugar. Quando tentou passar novamente, teria dado de cara com os PMs, que fizeram a abordagem.

Essa mesma testemunha diz que, depois de ser arremessado, o jovem ainda conseguir sair do córrego caminhando, com a cabeça bastante machucada. Os PMs teriam ido embora e, cerca de dez minutos depois, voltaram com um grande efetivo, que cercou as redondezas da ponte e impediu a aproximação das pessoas. A vítima da violência policial não estava mais por lá.

Uma moradora que presenciou o policial militar arremessando o jovem diz que não acreditou no que viu. Contou que o barulho das festas incomoda bastante, mas que achou crueldade a maneira como o PM tratou o rapaz.

Uma pessoa em situação de rua diz que ouviu a vítima dizendo para o PM “o senhor não vai atrasar meu lado, né?”, por que seria entregador e não queria perder a moto. Na sequência, foi arremessado pelo policial.

Segundo a mesma testemunha, outra pessoa teria xingado os policiais. Essa pessoa não seria o rapaz jogado no córrego, que deixou o local com a cabeça bastante machucada.

Todas as pessoas ouvidas pela reportagem afirmam que os pancadões são frequentes no local, principalmente durante os fins de semana. A reação da PM costuma ser violenta, com lançamento de bombas e agressão aos frequentadores. Porém, dizem que nunca tinham visto algo semelhante ao que aconteceu no domingo.

Na altura da ponte da Rua Padre Antônio Gouveia, o Córrego do Cordeiro é bastante raso e, nesta terça-feira, tinha cerca de um palmo de profundidade. O local onde rapaz caiu, após ser arremessado pelo PM, é canalizado, tem o fundo de concreto e matagal nas margens. Distante cerca de 50 metros, há uma pequena aglomeração de barracos com entrada pela Avenida Cupecê, a principal da Cidade Ademar.

Entenda o caso

Nas imagens que flagraram a conduta dos policiais, é possível ver três agentes da PM na ponte. Um deles levanta uma moto do chão e a encosta na mureta. Um quarto policial aparece segurando pelas costas um homem vestido com camiseta azul. Em questão de segundos, o militar levanta o homem pelas pernas e o joga do alto da ponte, sob a qual passa um córrego.

Assista:

Os agentes seriam do 24º Batalhão da PM de Diadema, na Grande São Paulo, e teriam perseguido a moto até a Cidade Ademar. O agente que jogou o homem é das Rondas Ostensivas com Apoio de Motos (Rocam).

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