Um terremoto significativo ocorreu em Tarauacá, no Acre, no dia 20 de janeiro deste ano, com um epicentro situado a 607 km de profundidade. Este evento foi um marco na história sísmica do Brasil. De acordo com uma pesquisa conduzida por Alexandre Pimenta, Esfhan Kherani e Oluwasegun Adebayo, da Divisão de Ciências Planetárias e Aeronomia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o tremor foi o primeiro no país a provocar a formação de “luzes de terreno” e ondas sonoras.

O município acreano de Tarauacá teve o último tremor de terra detectado numa madrugada de domingo (28 de março)/Foto: Reprodução
O estudo, divulgado no portal da European Geosciences Union, caracteriza o fenômeno como “distúrbios cossísmicos ionosféricos” (CIDs), algo que nunca havia sido registrado anteriormente no Brasil. Além disso, os autores mencionam que um outro tremor, sentido em 2 de outubro também em Tarauacá, pode ter causado efeitos semelhantes.
Os pesquisadores utilizaram dados obtidos de satélites e informações da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo de Sistemas GNSS (RBMC), identificando que o terremoto gerou duas perturbações ionosféricas cossísmicas.
Na noite do evento, por volta das 18 horas, o município de Tarauacá registrou um tremor de 6.6 na escala Richter. Apesar da intensidade do abalo, conforme relatado pelo site AC24Hras, não houve relatos de desmoronamentos ou danos significativos na cidade.
O tremor foi monitorado pela rede Apollo 11, com dados do Instituto de Pesquisas Geológicas dos EUA (USGS). Importante destacar que em junho de 2021, Tarauacá já havia presenciado o segundo maior terremoto registrado no Brasil, com uma magnitude de 6.5, conforme indicado pelo USGS. Desde 1979, foram contabilizados 157 tremores em um raio de 700 km do epicentro do deslocamento de placas que ocorreu neste recente evento.
