Vinte e cinco militares foram indiciados nesta quinta-feira (21/11) pela Polícia Federal no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Por mês, a União gasta R$ 675 mil para pagar o salário deles. Isso equivale a R$ 8,78 milhões por ano.

A lista de militares inclui oficiais de alta patente, como os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – todos ex-ministros de Jair Bolsonaro (PL) –, bem como coronéis, tenentes-coronéis, subtenentes, majores e capitão. O salário deles variam de R$ 10.027,26 a R$ 37.988,22. Confira:
Veja patentes e salários de militares indiciados
Valor Total R$675.476,01
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Indiciados |
Patente |
Salário bruto |
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Giancarlo Gomes Rodrigues |
Subtenente do Exército |
13.633,49
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Guilherme Marques Almeida |
Tenente-Coronel Do Exército |
27.450,00
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Hélio Ferreira Lima |
Tenente-Coronel Do Exército |
27.450,00
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Jair Messias Bolsonaro** |
Capitão do Exército (reserva) |
12.307,85
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Laercio Vergilio |
General-de-Brigada do Exército (reserva) |
30.362,32
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Marcelo Costa Câmara |
Coronel do Exército (reserva) |
27.500,40
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Mario Fernandes |
General-De-Brigada do Exército (reserva) |
33.223,40
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Mauro Cesar Barbosa Cid |
Tenente-Coronel do Exército |
27.027,00
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Nilton Diniz Rodrigues |
General-De-Brigada do Exército |
32.552,40
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Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira |
General De Exército (reserva) |
35.294,02
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Rafael Martins de Oliveira |
Tenente-Coronel do Exército |
27.417,60
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Entenda o inquérito do golpe que indiciou militares
Além dos 25 militares, outras 12 pessoas foram indiciadas pelo envolvimento na idealização do plano golpista. O grupo vai responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
O resultado do inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
As provas, afirma a PF, foram obtidas ao longo de quase dois anos, “com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário”.
Segundo a PF, as investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas e isso permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
- Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
- Núcleo Jurídico;
- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
- Núcleo de Inteligência Paralela;
- Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas

