Mensagem recebida por Cid dizia que comandante da Marinha era ‘patriota’ e tinha ‘tanques’ à disposição

PF afirma que diálogo reforça 'adesão' de Almir Garnier a plano golpista

Uma mensagem encaminhada para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirma que ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos era “patriota” e tinha “tanques no arsenal prontos”. Para a Polícia Federal (PF), o diálogo reforça a adesão de Garnier ao planejamento de um golpe de Estado.

O então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, em evento no Rio de Janeiro — Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/10-09-2022

A conversa foi encaminhada a Cid pelo tenente-coronel da reserva Sergio Cavaliere. O relato sobre Garnier foi feito a Cavaliere por um contato cadastrado como “Riva”, que não foi identificado pela PF. “O Alte Garnier é PATRIOTA. Tinham tanques no Arsenal prontos”, escreveu ele.

Para a PF, “as mensagens encaminhadas pelo contato Riva ainda confirmam a adesão do Almirante Almir Garnier ao intento golpista”. A investigação aponta que Garnier concordou com uma proposta de Bolsonaro para reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022. O plano não teria ido para frente porque os então comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Junior, não teriam concordado.

Em janeiro de 2023, Cavaliere encaminhou o diálogo para Mauro Cid, questionando se as informações estavam corretas. O ex-ajudante de ordens respondeu que “mais ou menos” e que “a história não foi bem assim”. Em seguida, gravou um áudio e o apagou.

Quando prestou depoimento à PF, em março, Garnier optou por ficar em silêncio.

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