A Polícia Federal identificou o general Braga Netto como a principal figura por trás do planejamento e execução de um golpe de estado para manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022. Segundo informações divulgadas pelo Blog da Andréia Sadi, no site G1, embora Bolsonaro seja considerado o principal beneficiário e comandante do plano, documentos e investigações apontam Braga Netto como a “cabeça pensante” responsável pela operacionalização do golpe, segundo dois investigadores ouvidos.
Um dos indícios-chave foi uma reunião realizada em novembro de 2022 na residência de Braga Netto, onde se discutiu um plano para assassinar o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Além disso, o general integraria um suposto Gabinete Institucional de Gestão da Crise, a ser criado para consolidar o golpe. Investigadores acreditam que Braga Netto teria acumulado tanto poder que poderia até mesmo derrubar Bolsonaro e assumir o comando do governo.
A influência de Braga Netto entre militares foi determinante para garantir respaldo ao plano. Como general-de-exército, ele era uma figura de destaque dentro das Forças Armadas, conferindo credibilidade à trama golpista. Dos 37 indiciados pela tentativa de golpe, 25 são militares, incluindo ex-comandantes do Exército e da Marinha, o que reforça o alcance do envolvimento das forças armadas no caso.
A PF indiciou tanto Bolsonaro quanto Braga Netto pelos crimes de golpe de estado, abolição violenta do estado de direito e organização criminosa. A investigação segue em curso e pode trazer mais desdobramentos, à medida que novas evidências sobre o plano golpista e a cadeia de comando sejam reveladas.