Bastidores do Poder: hierarquia e disciplina – a fórmula que sustentou o PT no Acre

Veja detalhes na coluna 'Bastidores do Poder', do colunista Samuel Willard, do ContilNet

Em outros tempos, durante o auge da antiga Frente Popular, era evidente a força de uma união sólida em torno do nome escolhido para ascender ao poder — ou melhor, ao Palácio Rio Branco. Não por acaso, aquele bloco político permaneceu por duas décadas no controle do Estado. O que os caciques decidiam estava decidido; fosse agradável ou não, a hierarquia era respeitada e a ordem, seguida à risca.

Visita do presidente ao Acre/Foto: Reprodução

O PT, particularmente, soube se manter firme e coeso no Acre, baseando sua longevidade no princípio da unidade. Mesmo diante de discordâncias internas, essas tensões jamais eram expostas publicamente; as insatisfações eram disfarçadas por uma fachada de harmonia. Se alguns dos políticos atuais adotassem essa postura de disciplina e respeito à hierarquia, a permanência no poder seria, sem dúvida, mais sólida. A derrocada do PT no Acre, por sua vez, aconteceu não só pela aversão à sigla, mas também quando a palavra dos líderes já não era mais ouvida e o grupo se fragmentou, com cada figura tentando seguir sua própria agenda, em vez da união que, no passado, foi a chave do seu sucesso.

O fim da unidade que os mantinha no poder trouxe, de forma inevitável, o enfraquecimento do partido. A falta de alinhamento entre os principais líderes e o rompimento da base, que antes funcionava como um bloco coeso, abriram espaço para a fragmentação política. Este é um lembrete claro de que a unidade, quando bem trabalhada e respeitada, é a principal força para manter uma estrutura política estável e duradoura.

ACRE REPRESENTADO

O deputado federal Cel. Ulysses (UB) foi convidado para integrar a comitiva que acompanhará a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele será o único representante do Acre a participar do evento de grande importância política internacional. A presença de Ulysses na cerimônia destaca seu papel crescente no cenário político nacional.

SEM LUZ NO FIM DO TÚNEL

Segundo a Folha de São Paulo, o advogado e ex-juiz Márlon Reis, um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, considera improvável que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixe de ser inelegível e possa se candidatar em 2026, como querem seus apoiadores. Segundo ele, não vê a ala bolsonarista do Congresso com força suficiente neste momento para aprovar mudanças drásticas de legislação em benefício do ex-mandatário.

DESGASTE DESNECESSÁRIO

A juíza Stephanie Winck Ribeiro de Moura, da Vara Cível de Tarauacá, determinou que a prefeita Maria Lucineia (PDT) nomeie, em até 48 horas, a equipe de transição para o prefeito eleito, Rodrigo Damasceno (PP). A decisão, tomada após Damasceno impetrar um mandado de segurança por omissão na transição, gera um desgaste ainda maior para a gestão de Lucineia, que poderia ter evitado a medida judicial.

ATITUDES QUE FALAM MUITO

O governador Gladson Cameli (PP) é reconhecido não apenas por sua habilidade política, mas também por sua generosidade, que lhe garante grande popularidade. Um exemplo disso foi sua atuação para viabilizar a transferência do ex-deputado Flaviano Melo (MDB), que estava internado desde a última quinta-feira (7) na UTI do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), para o hospital Albert Einstein, em São Paulo. A atitude de Gladson demonstra, acima de tudo, seu respeito pelas autoridades independente de campos políticos e ideológicos em prestar auxílio quando necessário.

BÍBLIA NAS ESCOLAS

O projeto de Lei “Bíblia nas Escolas”, proposto pelo vereador Arnaldo Barros (POD), foi sancionado nesta segunda-feira (11) pelo prefeito Tião Bocalom (PL). A proposta, no entanto, gerou controvérsias. Para muitos, ela é considerada desnecessária, já que a educação religiosa, assim como a educação básica, deve ser transmitida principalmente dentro do ambiente familiar, cabendo à escola o papel de ensinar as disciplinas curriculares.

ESCALA 6×1

O projeto de lei “escala 6×1” propõe alterar a jornada de trabalho para empregados de setores específicos, estabelecendo que eles trabalhem por seis dias consecutivos, seguidos de um dia de descanso. Entre os parlamentares acreanos, apenas as deputadas Antônia Lúcia (REP), Socorro Neri (PP) e Meire Serafim (UB) assinaram a favor da proposta.

FEZ ENQUETE

Já o deputado Roberto Duarte (REP) optou por realizar uma enquete em suas redes sociais para consultar a opinião pública sobre o fim da escala 6×1.

ROUND 2

Em Sena Madureira, a disputa pela nova mesa diretora da Câmara Municipal tem intensificado as tensões políticas. De um lado, o atual prefeito Mazinho Serafim (POD) conta com o apoio de sete vereadores, garantindo a maioria. Do outro, o prefeito eleito Gerlen Diniz (PP) tem o apoio de seis, ficando um voto atrás de Mazinho. A definição da nova mesa promete ser mais um capítulo tenso na articulação política local, e Mazinho precisará assegurar o apoio de vereadores que não bloqueiem suas contas, especialmente considerando sua provável candidatura em 2026.

 

 

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