A juíza de Direito da Vara Única da Comarca de Acrelândia, município do interior do Acre, Rayane Gobbi de Oliveira Cratz, condenou, sete dos 12 acusados pelo sequestro seguido de morte do pecuarista Edney Targa Ingar. O crime foi cometido e outubro de 2022.
A condenação foi publicada no diário eletrônico do Tribunal de Justiça desta terça-feira (29). A Justiça acatou parcialmente a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Acre (MP-AC). Outros três réus ainda serão julgados, enquanto dois foram absolvidos.
De acordo com a denuncia, o sequestro e morte de Targa teve como mentor intelectual o detento Edmilson Vieira Mendonça, que planejou o crime como vingança após uma decisão judicial que favoreceu a vítima em uma disputa de terras na zona rural de Acrelândia. O autor intelectual do crime já estava preso e foi planejado de dentro do presídio estadual Francisco D’Oliveira Conde (FOC).
O sequestro ocorreu na noite de 1º de outubro de 2022, quando criminosos invadiram a casa do pecuarista no Ramal do Pelé, em Acrelândia. A vítima e sua família foram feitos reféns, e Targa foi levado para um cativeiro no Bairro da Paz, em Rio Branco, onde permaneceu por 72 horas enquanto os sequestradores exigiam um resgate de R$ 300 mil, exatamente a quantia que ele teria ganho a mando da Justiça numa disputa de terra com o homem que planejara o sequestro e sua morte.
Sem a obtenção do pagamento, o pecuarista foi assassinado, e seu corpo foi encontrado em um poço no quintal da casa onde estava preso, no dia 7 de outubro de 2022.
Os condenados receberam penas pelo crime de extorsão qualificada mediante sequestro com resultado morte e roubo. As sentenças são as seguintes:
– Edmilson Vieira Mendonça: 43 anos e 5 meses de prisão
– César Augusto Gomes de Souza: 39 anos e 2 meses
– Matheus Oliveira do Nascimento: 32 anos e 4 meses
Outros réus foram condenados por extorsão qualificada com resultado morte:
– Joabi Santos: 27 anos e 7 meses
– Rikelme da Silva Rola, Gezilda Lima Fraga e Ilan Silva do Nascimento: cada um recebeu 24 anos de prisão em regime fechado
Os réus Antônio da Silva e Naira Katelleyn Rodrigues foram absolvidos.
O processo dos acusados João Paulo Maciel, Francisco das Chagas e Ladislau Araújo Guimarães foi desmembrado, e eles ainda aguardam julgamento.
Mesmo após matar o pecuarista, a quadrilha continuou pedindo dinheiro a família.