O que a polícia diz sobre as investigações das ameaças de morte a Bocalom? Entenda

"Essa situação está tomando grandes proporções e isso é perigoso e preocupante", informou o delegado-geral de Polícia Civil, Henrique Maciel

A Polícia Civil está em andamento com a investigação sobre as ameaças de morte dirigidas ao prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom. O diretor-geral da Polícia Civil, Henrique Maciel, informou em entrevista ao ContilNet, nesta quarta-feira (16), que o processo está sendo conduzido de maneira sigilosa para proteger a eficácia da investigação e a segurança do prefeito.

Delegado-geral da Polícia Civil do Acre, Henrique Maciel/Foto: Dhárcules Pinheiro/Ascom

“Essa situação está tomando grandes proporções e isso é perigoso e preocupante. O que posso dizer agora é: estamos seguindo com as investigações, mas de forma sigilosa, para não comprometê-las e não colocar em risco a vida do prefeito”, comentou Maciel.

As ameaças foram inicialmente trazidas à tona na noite de terça-feira (15) pelo coronel Ezequiel Bino, chefe do Gabinete Militar da Prefeitura de Rio Branco. Em decorrência disso, a polícia notificou a assessoria do prefeito para reforçar sua segurança. Ao ser questionado sobre atualizações do caso, Henrique afirmou que não poderia divulgar mais informações além do que já foi comunicado à mídia.

“O que recebemos foi um comunicado, que pode ser de apenas uma pessoa ou não, dando essa ameaça ao prefeito. Mas não posso dizer em qual parte está a investigação, porque ela precisa se manter sigilosa. É o que posso dizer até aqui. O importante é não causarmos pânico diante disso”, falou.

O caso também foi encaminhado à Polícia Federal, e, na quarta-feira, a equipe de Bocalom esteve na sede do órgão. Durante uma coletiva de imprensa na entrada da PF, coronel Bino revelou que a segurança do prefeito foi aumentada em três vezes após as ameaças, e, por precaução, compromissos externos foram cancelados.

“Nós trabalhamos com duas possibilidades: se as ameaças tiverem procedência e alguém tenha realmente a intenção de tentar contra a vida do prefeito, é gravíssimo e a gente tem que apurar. Se não é, se estão falseando uma ameaça, também é grave, porque o prefeito tem que dar continuidade a agenda pública dele e a gente não pode ficar limitado a essas denúncias. Sendo verdadeiras ou não, nós queremos chegar à fonte”, disse Bino.

Sobre a possibilidade de as ameaças terem uma motivação política, Bino expressou ceticismo, embora tenha reconhecido que as investigações poderão esclarecer essa questão. “As informações que chegaram à Polícia Civil não sugerem essa conexão, mas as investigações são essenciais para esclarecer o assunto”, completou.

Reação do PT e resposta da assessoria

Daniel Zen, presidente do Partido dos Trabalhadores no Acre (PT/AC), afirmou que as ameaças ao prefeito Tião Bocalom foram originadas por facções criminosas e alegou que isso decorre de “acordos não cumpridos” por parte do prefeito. A assessoria de comunicação da Prefeitura de Rio Branco defendeu Bocalom, qualificando as alegações de Zen como insensatas e infundadas. O diretor de comunicação da Prefeitura, Ailton Oliveira, declarou:

“É lamentável tais insinuações insanas e descabidas do presidente partidário Daniel Zen, que hoje comanda um partido do qual em nada orgulha ou somou ao nosso país, do contrário, as facções criminosas surgidas no Acre na década de 90, foi justamente quando da criação da Frente Popular do Acre- FPA, frutos da falta de investimentos para a infância e a juventude, haja vista, dados recentes do sistema prisional brasileiro, apontam que mais de 80% da população carcerária no país tem entre 25 e 35 anos, ou seja, essa mesma população carcerária que hoje abarrotam os presídios deveriam no passado estar ingressando no jardim da infância”

Bocalom opta por não comentar

A reportagem do ContilNet buscou uma entrevista exclusiva com Bocalom sobre a situação, mas a assessoria informou que ele não está disposto a comentar o caso no momento.

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