O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu reavaliar o processo movido pela esposa e filhos de Chico Mendes contra a Globo, referente à série “Amazônia – De Galvez a Chico Mendes”, lançada em 2007. A família alega que a emissora narrou a vida de Chico Mendes sem a devida autorização e apresentou uma versão distorcida e incorreta de sua história. A discussão do caso está marcada para o dia 1º de outubro, às 14h, na 4ª turma do STJ.
A série, escrita por Gloria Perez, é composta por três partes: a primeira foca em Luís Galvez, fundador do estado do Acre; a segunda apresenta os líderes da Revolução Acreana, Plácido de Castro e os irmãos Leandro e Augusto Rocha; e a terceira parte centra-se na vida do seringueiro e ativista ambiental Chico Mendes.
A ação foi proposta em 2008, ano em que a série foi estreada. Izamar Mendes, esposa de Chico, afirma nos documentos do processo que não deu autorização para o uso de sua imagem e que a narrativa distorceu eventos reais. A família obteve vitórias nas duas primeiras instâncias no Tribunal de Justiça do Acre, que ordenou que a Globo pagasse R$ 20 mil em danos morais, além de 0,5% dos lucros da produção.
Em 2018, a Globo recorreu ao STJ, e o ministro Raul Araújo, em decisão individual, aceitou o argumento da emissora de que a série, por seu caráter histórico, não necessitava de autorização. A família Mendes recorreu novamente, solicitando que o caso fosse discutido em plenário, o que acontecerá em dez dias. Enquanto isso, a Globo se prepara para apresentar sua defesa.