A rede cada vez maior de satélites da SpaceX, de Elon Musk, está bloqueando a capacidade dos pesquisadores de visualizar galáxias, planetas e estrelas distantes, de acordo com especialistas.
O Instituto Holandês de Radioastronomia (ASTRON), juntamente com pesquisadores de outras instituições, disse na quarta-feira que a radiação da segunda geração dos satélites Starlink da SpaceX está causando interferência significativa em seus equipamentos. Os satélites emitem 32 vezes mais radiação do que a geração anterior da Starlink, que já estava atrapalhando o trabalho dos cientistas, segundo reportagem do Quartz.
A SpaceX vem lançando seus satélites ao espaço desde 2019 e, eventualmente, pretende ter até 42.000 em sua “mega constelação”, de acordo com Elon Musk. Mais de 7.000 satélites Starlink já foram lançados – 6.400 permanecem em órbita, de acordo com o astrofísico Jonathan McDowell, que rastreia os satélites em seu site. O principal rival da Starlink, OneWeb, tem apenas 630 satélites em órbita.
O uso da Starlink
Os satélites da Starlink são usados para fornecer serviços de internet de alta velocidade para mais de 100 países. Eles também forneceram serviços para algumas companhias aéreas e operadoras de cruzeiros, incluindo a United Airlines e a Carnival Corp.
Os cientistas conseguem observar planetas, galáxias e estrelas distantes graças à luz que eles emitem no espectro eletromagnético. Mas os satélites da Starlink irradiam luz cerca de 10 milhões de vezes mais brilhante do que as fontes de luz mais fracas que eles identificaram, dificultando a localização de alguns objetos.
A SpaceX tentou implementar algumas saídas, como pintar seus satélites de preto, bem como alguns ajustes operacionais, mas nada disso deu certo. Em janeiro de 2023, a SpaceX chegou a um acordo com a National Science Foundation para mitigar os efeitos dos satélites Starlink de segunda geração, que estão na raiz dos problemas da ASTRON.