O promotor do Ministério Público do Acre, Tales Tranin, envolvido em uma investigação nacional por alegado vínculo com facções criminosas, está no centro das atenções esta semana. A coluna ‘Na Mira’ do jornal Metrópoles trouxe à tona suspeitas de que Tranin teria mantido relações sexuais com pelo menos 20 detentos sob monitoramento, que seriam membros de facções criminosas.
Em uma coletiva de imprensa, o promotor admitiu ter tido relações com alguns desses monitorados, mas refutou qualquer conexão com organizações criminosas. O processo de investigação que envolve Tranin foi declarado sigiloso em quatro instâncias diferentes, e devido ao vazamento de informações, sua defesa planeja solicitar uma investigação para identificar o responsável pelo vazamento.
Contexto do Caso
A defesa de Tranin destacou que, até o momento, não há ação penal ou condenação relacionada ao seu comportamento. A investigação foi autorizada após a abertura de um processo administrativo pelo Conselho Nacional do Ministério Público.
Entre as alegações divulgadas, está a de que Tranin teria se envolvido em relações sexuais em troca de pagamento durante inspeções no presídio da capital. O advogado do promotor afirmou que essas acusações não foram abordadas no processo administrativo. Ele confirmou que Tranin teve relações sexuais com alguns monitorados, mas fora do ambiente prisional e mediante pagamento.
De acordo com a defesa, essas relações ocorreram na residência do promotor em Rio Branco, distante dos presídios. O advogado assegurou que Tranin nunca teve contato pessoal ou envolvimento com as facções criminosas. “Ele não tem qualquer tipo de vínculo ou amizade com essas pessoas, e definitivamente não está associado a organizações criminosas”, declarou o advogado.
A defesa também ressaltou que todas as ações relacionadas às pessoas com quem Tranin se relacionou fora dos presídios foram realizadas de acordo com a legalidade e com a opinião técnica do Ministério Público do Estado. “Nenhum parecer apresentado por ele foi rejeitado pelo juízo das Execuções Penais”, completou o advogado.
Tranin afirmou que em sete processos ele solicitou a prisão ou a regressão de regime dos envolvidos, o que demonstra o contrário de qualquer favorecimento.
Sobre uma alegação adicional de envolvimento em um assalto, a defesa desmentiu a acusação. Segundo o advogado, Tranin havia apenas marcado um encontro com um rapaz e o buscou em seu carro. Durante o encontro, o rapaz pediu emprestado o celular de uma pessoa, o que gerou uma interpretação equivocada e a denúncia de um assalto. “O denunciante ficou preocupado e chamou a polícia, mas o que se descobriu foi que a situação foi mal interpretada”, esclareceu o advogado.
Após o ocorrido, o denunciante foi ouvido pela polícia e negou enfaticamente que houvesse qualquer tentativa de assalto ou roubo.