Paraná pode ter ‘chuva preta’, diz meteorologista: entenda o que é e como ela se forma

Nas regiões oeste e noroeste do estado há uma probabilidade maior de ocorrer o fenômeno, principalmente na noite de sexta-feira (13) e no sábado (14), segundo o Sistema Meteorológico do Paraná

A fumaça das queimadas que cobre o céu do Paraná gera um alerta para a possibilidade de “chuva preta” nos próximos dias em algumas regiões do estado, segundo meteorologistas do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar). Entenda mais abaixo.

Tempo vira em Curitiba com a chegada da chuva depois de dias de muito calor — Foto: Luciana Grande/ RPC Curitiba

De acordo com o Simepar, nas regiões oeste e noroeste há a probabilidade maior de ocorrer o fenômeno, principalmente na noite de sexta-feira (13) e no sábado (14).

Conforme o meteorologista Samuel Braun, quando há uma grande quantidade de fuligem na atmosfera, a chuva transporta parte dela em direção à superfície.

“Normalmente a chuva vem, como a gente diz, pra lavar a atmosfera […] então a água acaba ficando um pouco mais escura do que a coloração normal, a mais clara”, explica.

De acordo com o Simepar, as estações meteorológicas não guardam registros se já ocorreu chuva preta no estado.

“Isso é observação, pode ter acontecido, mas não temos isso guardado”.

A combinação dos poluentes das queimadas com a umidade do ar, que gera a “chuva preta“, foi registrada em cidades do Rio Grande do Sul, na terça-feira (10). Veja abaixo.

Balde com água escura após 'chuva preta' no Sul do Rio Grande do Sul — Foto: Izaura Plantikow/Débora Rodrigues/Carol Vianna

Balde com água escura após ‘chuva preta’ no Sul do Rio Grande do Sul — Foto: Izaura Plantikow/Débora Rodrigues/Carol Vianna

O que é a chuva preta?

De acordo com o Simepar, o fenômeno da “chuva preta” acontece quando as partículas de fumaça e poluentes são levadas para a atmosfera e, ao se misturarem com as gotas de chuva, geram uma coloração escura.

“Pra ocorrer, tem que ter um quantidade um pouco mais significativa de fumaça e, por isso, essa possibilidade é maior para região oeste e noroeste do Paraná, onde está ingressando uma maior quantidade de fumaça, até em função de alguns incêndios que estão ocorrendo naquela região”, explica Samuel.

O especialista explica ainda que a “chuva preta” contém poluentes que podem poluir as águas superficiais e a vegetação. Contudo, não traz consequências ao ser humano.

“Para as pessoas não traz nenhuma consequência, a não ser que vá tomar a água da chuva, aí pode ingerir alguns poluentes”, conclui.

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