O que agora decidimos chamar de “o novo normal”, como verões com temperaturas excruciantes em todos os cantos do planeta, não traz apenas impactos para o meio ambiente, mas também, para os seres humanos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse por calor – que ocorre quando o corpo humano não consegue mais manter sua temperatura normal – é a principal causa de mortes relacionadas ao clima e pode agravar doenças subjacentes, incluindo as cardiovasculares, renais, diabetes, asma, dentre outras.

Ainda de acordo com a OMS, entre 2000 e 2019 aproximadamente 489 mil mortes relacionadas com o calor foram registradas anualmente, 45% delas ocorrendo na Ásia e 36% na Europa. Só no continente europeu, no verão de 2022, estima-se que mais de 60 mil mortes estiveram associadas diretamente com as temperaturas anormais.
Nos 53 países europeus, monitorados pela entidade internacional, tem se documentado o maior aumento da temperatura – cerca do dobro da média global. Os três anos mais quentes consecutivos no continente foram observados desde 2020 e os dez que bateram recorde de calor desde 2007.
Nas últimas duas décadas, o número de mortes ligadas ao calor aumentou em 30%. “As pessoas estão pagando o preço máximo”, diz Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa.
Em maio deste ano, por exemplo, essa temperatura estava 0,65°C acima da média de 1991-2020 e 1,52°C superior à média pré-industrial de 1850-1900.
Os mais afetados pelo calor extremo são os idosos, sobretudo aqueles que vivem sozinhos, mulheres grávidas, profissionais que trabalham ao ar livre e pessoas em condições extremas de pobreza, sem dinheiro para comprar ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado.
“O desenvolvimento de planos de ação relacionados ao calor extremo e saúde é um processo de adaptação crucial, tornando as comunidades mais resilientes às ondas de calor”, alerta a OMS.
