A caixa-preta de um avião costuma ser o primeiro item procurado pelas autoridades após acidentes e, com a queda da aeronave com 62 duas pessoas em Vinhedo (SP), isso não deve ser diferente. A peça é o nome popular do gravador do voo, um dispositivo que armazena as conversas da cabine e outros dados importantes de uma viagem, sendo fundamental em diversas ocasiões para desvendar os motivos por trás de acidentes aéreos. Para sobreviver ao impacto, o gravador costuma ser fabricado com material ultrarresistente, como aço inoxidável ou titânio, e, ao contrário do que sugere o nome, não costuma ser preto.
O conteúdo da caixa-preta do avião de Vinhedo ainda não foi divulgado, mas, devido à fatalidade, buscas no Google Trends sobre “Caixa-preta avião” entraram em aumento repentino. Por isso, a seguir, o TechTudo reúne informações sobre o que é o dispositivo e suas principais funções. Segundo o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, a caixa-preta do voo de Vinhedo foi preservada. Assim que houver informações, a matéria será atualizada.
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O que é a caixa-preta do avião?
“Caixa-preta” é o nome popular dos gravadores presentes em aviões. Fabricados com material resistente, normalmente titânio ou aço inoxidável, essas peças costumam ser o primeiro item procurado pelas autoridades após acidentes aéreos. Isso porque elas armazenam as conversas da cabine e outros dados importantes sobre voos e, assim, são grandes aliadas para se descobrir os motivos por trás de fatalidades.
Para haver maior chance de se manterem intactas, as caixas-pretas normalmente são alocadas na parte traseira dos aviões — já que a maioria das colisões acontece pela frente. Além da composição ultrarresistente, esses gravadores ainda são protegidos por isolantes térmicos. Com isso, eles podem sobreviver a explosões, imersões em rios e oceanos e fortes impactos causados por quedas. No entanto, é preciso dizer que não é raro que alguma caixa-preta sofra danos e não possa ser utilizada.
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Apesar de ser um dispositivo utilizado até hoje em voos privados, comerciais e militares, a primeira caixa-preta foi fabricada há quase 90 anos, em 1939. O responsável por criar o primeiro modelo, que registrava os dados com uma espécie de filme fotográfico, foi o engenheiro francês François Hussenot.
Hoje, cada avião costuma ter duas caixas-pretas: a primeira reúne informações como velocidade, pressão atmosférica, tempo, altitude e combustível das últimas 23 horas de voo; a segunda armazena as conversas da cabine, feitas entre o piloto e o copiloto ou entre o avião e a torre de comando.
O que a caixa-preta de Vinhedo pode dizer sobre o acidente
Segundo o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, a caixa-preta do voo de Vinhedo foi preservada apesar da queda e da explosão. Assim como em outros acidentes, o dispositivo pode ser peça fundamental para descobrir os motivos por trás da fatalidade. Conforme disse o político em coletiva nesta tarde, uma força-tarefa com 10 escrivães da Polícia Civil já foi deslocada para tratar do caso.
O primeiro passo nesses casos é encontrar a caixa-preta e conferir se ela está em boas — o que já foi feito. Agora, as autoridades irão utilizar um software especial para extrair os dados armazenados no aparelho. A partir das informações citadas anteriormente, como velocidade, altitude e mais, e das conversas resgatadas da cabine, um relatório será elaborado para averiguar as causas do acidente.
