Em 2007, a Fundação Rewilding Argentina iniciou um projeto de reintrodução do tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) no Parque Nacional de Iberá, na província de Corrientes. A espécie havia sido extinta na região, vítima da perda de habitat, caça e atropelamentos. Nos últimos 17 anos, mais de 100 desses animais foram soltos no parque.
E recentemente, as armadilhas fotográficas instaladas pela equipe do projeto argentino fizeram um flagrante inusitado: uma mãe com filhotes gêmeos de tamanduá, algo bastante raro. É a primeira vez que se tem o registro de um fato como esse em Iberá e no país sul-americano.
“Filhotes de tamanduá-bandeira são conhecidos por andar nas costas da mãe por até um ano, enquanto aprendem as habilidades necessárias para sobreviver. Conservacionistas da Rewilding Argentina registram regularmente novos nascimentos, mas gêmeos são extremamente raros e nunca foram registrados em nenhum lugar do país”, compartilhou a organização em suas redes sociais, ao divulgar o vídeo que você assiste mais abaixo.
Segundo a Rewilding Argentina, atualmente há cinco populações de tamanduá-bandeira em Iberá, numa área que engloba mais de 750 mil hectares.
Além dos tamanduás, diversas outras espécies que tinham sido extintas localmente, como a onça-pintada (Panthera onca), a arara-vermelha (Myrmecophaga tridactyla) e a jaguatirica (Leopardus pardalis) foram reintroduzidas por essa gigantesca empreitada ambiental.
Curiosidades sobre o tamanduá-bandeira
Além da Argentina, o tamanduá-bandeira, conhecido no Brasil também como papa-formigas, tamanduá-açú, jurumi ou jurumim, pode ser observado em outros países das Américas do Sul e Central.
Esse mamífero é facilmente reconhecido por seu tamanho – os machos têm em média 2 metros de comprimento -, pela coloração distintiva da pelagem, com uma faixa diagonal preta de bordas brancas, pelo focinho longo e cilíndrico e cauda grande e seus pelos grossos e compridos.
A espécie apresenta hábitos terrestre e solitário, com exceção da mãe com seu filhote, durante o período de amamentação, e da época de reprodução, quando podem ser formados casais. O tamanduá-bandeira pode ser visto ao longo do dia e da noite, dependendo da temperatura e da chuva. Pode comer até 30 mil formigas e cupins por dia.
A gestação da fêmea dura em torno de 180 dias e ocorre apenas uma vez por ano, quando em geral ela dá à luz a somente um filhote.
Um tamanduá adulto pode comer até 30 mil formigas por dia
Foto: Kev por Pixabay