Preso na 5ª Seccional
O empresário é acusado de dirigir embriagado seu Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, e provocar a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos.
A vítima teve seu Renault Sandero atingido pelo carro de luxo na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, zona leste de São Paulo.
O mandado de prisão preventiva foi expedido nessa sexta-feira (3/5) pelo desembargador João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). O magistrado acolheu um recurso do Ministério Público (MPSP), apresentado no dia anterior.
Antes, juízes de primeira instância haviam recusado três pedidos de prisão contra Fernando Filho – dois deles de prisão preventiva e outro de temporária (por 30 dias).
Ao mandar o empresário para a cadeia, o desembargador também revogou as outras medidas cautelares que haviam sido impostas, como proibição de se aproximar de testemunhas, mas manteve a fiança de R$ 500 mil.
Homicídio
Fernando Filho é réu por homicídio qualificado e lesão corporal gravíssima. Além da morte de Ornaldo, outra vítima do acidente é o estudante Marcus Vinicius Machado Rocha, 22 anos, que estava de carona no Porsche.
Marcus fraturou quatro costelas, precisou ser hospitalizado e perdeu o baço. Ele voltou a ser internado no último dia 28 de abril e teve alta nesta segunda-feira (6/5).
Mesmo com sinais de embriaguez, Fernando Sastre Filho recebeu permissão dos PMs para ir embora, sem fazer o teste do bafômetro. Os agentes responsáveis pela liberação indevida também são alvo de investigação.
Como mostrado pelo Metrópoles, a câmera corporal da PM Dayse Aparecida Cardoso Romão mostra que ela explica, ao telefone, os motivos para liberar, sem escolta, o empresário, logo após ele provocar o acidente fatal (assista abaixo).
Investigação
Laudo do Instituto de Criminalística apontou que a velocidade média do Porsche era de 156 km/h. Quando se apresentou à polícia, contudo, mais de 36 horas após o acidente, o empresário disse que estava “um pouco acima da velocidade máxima permitida”, que é de 50 km/h.
À polícia, o amigo que estava no Porsche disse que Fernando Filho havia ingerido bebida alcóolica antes, contrariando o depoimento do empresário.
Antes do acidente, os amigos e suas respectivas namoradas foram a um restaurante, onde o grupo consumiu nove drinques, e depois a uma casa de pôquer, que funciona no sistema open bar.
A análise das imagens das câmeras corporais dos PMs que atenderam à ocorrência mostra o momento em que Fernando Filho é liberado do local do acidente junto da mãe, sob a justificativa de que iria procurar atendimento médico, o que não aconteceu.