O Rio Acre chegou a menor cota para o período nos últimos 10 anos, na capital acreana. Na medição desta quinta-feira (23), o nível do rio estava 3,27 metros, segundo a Defesa Civil de Rio Branco. Com o nível do manancial abaixo da cota para o período, pode significar a chegada de uma seca mais severa que a de 2022.
Ao ContilNet, o diretor de administração de Desastres da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que o município de Rio Branco pode decretar estado de emergência no mês de julho, quando a seca entra em um período crítico.
“Nós temos 65% de decretação de emergência em casos de seca, então dificilmente não acontece, pois tem ações emergenciais que precisam ser realizadas e que uma decretação agiliza. O decreto também é para que toda a comunidade entenda que é uma situação de emergência”, disse.
Nos últimos dias, o Rio Acre ficou abaixo dos 3 metros, mas voltou a subir, atingindo nesta quinta-feira (23), 3,27 metros e segundo o tenente-coronel, a oscilação do rio não é referente a chuvas que ocorrem em Rio Branco, mas sim de outras regiões.
“Nós já estamos sem chuva há vários dias e com essa frente fria que nós passamos e outra que vamos enfrentar ainda, vai piorar ainda mais. A questão da chuva vai ficar cada vez mais difícil, nós vamos entrar nos dois principais meses, que menos chove durante o ano que é junho e julho, e nesses meses, a seca deve se agravar e o Rio Acre deve ficar abaixo dos 2 metros”, ressaltou.
Com o rio abaixo dos 2 metros, o manancial fica intrafegável, com pouca possibilidade de navegação. Falcão disse ainda que com isso as ondas de calor mais altas aumentam, bem como as queimadas, trazendo prejuízos à saúde.
“Vamos ter problemas de saúde, vamos mexer na economia rural, pois vai prejudicar as produções, além de uma série de situações, como também o desabastecimento de água em Rio Branco. A previsão é que vamos passar por uma situação complicada nos próximos meses”, disse o gestor.
Falcão também explicou que a equipe já se prepara para atender as comunidades rurais e ribeirinhas que já estão afetadas pela seca do rio. “Esse plano já está em execução e essas comunidades já estão sendo atendidas, mas nós estamos no início do planejamento. O Plano de Contingência em relação à seca já está pronto”, afirmou.
Ondas de calor
A seca severa traz ainda as ondas de calor altas, que trazem prejuízos à saúde humana e animal. Segundo o diretor da pasta, todos são afetados, mas principalmente crianças e idosos.
Além disso, o desabastecimento também afeta a criação de animais e as produções rurais, que podem ser perdidas.